sábado, 2 de outubro de 2010

' Eu tinha fome, sede, medo, frio, raiva. Eu tinha raiva. Hoje eu não queria companhia, não queria sorrisos, não queria TV ligada e música no quarto. Hoje eu não queria opiniões, não queria gratidão. Hoje eu não estava pra ninguém. Hoje eu não estava para mim
Eu queria esquecer, esquecer quem fui, esquecer quem sou. Esquecer o mundo, a família, os amigos, meu amor. É por isso que durmo tanto , afogada nas minhas próprias magoas
Deito para os minutos passarem rápido, para que eu não veja o mundo girando e eu aqui, sempre no mesmo lugar, porque me acostumei em fugir!
Eu precisava sumir por um tempo, um ano ou um segundo. Está na hora de colocar tudo no lugar, entrar em sintonia com o vento de minha janela. Desvirar o mundo caído de cabeça para baixo.
Às vezes é preciso mandar tudo embora, jogar tudo fora. Aí depois se arrepender, e catar as coisas que continuaram intactas com a queda.
Amanhã eu cumpro todas as minhas promessas, amanhã eu termino de ler meu livro, amanhã eu termino de assistir o filme que assisti pela metade, amanhã eu estudo mais, amanhã eu durmo mais cedo e como uma comida bem gostosa.
Como eu queria acabar com isso!
E como eu podia acabar com isso!
Eu me tinha nas mãos, e podia jogar pra cima ou esmagar com os dedos. Mas esmagar com os dedos é coisa de gigante malvado, e jogar pra cima... é muito mais a minha cara.

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